A importância da comunicação na relação médico-paciente

Honestidade e comprometimento são fatores essenciais para estabelecer um vínculo de confiança com o médico

O diálogo com o médico é um aspecto essencial durante o atendimento, pois, com isso, é possível evitar erros e aumentar a confiança na relação médico-paciente. Considera-se, inclusive, que a comunicação fortalece o vínculo com o paciente e reduz as queixas1.

O profissional deve estar aberto a falar e ouvir seu paciente, transmitindo informações de maneira clara e objetiva. Mas, por outro lado, se o paciente não é honesto em relação aos seus sintomas e problemas de saúde, isso pode dificultar o vínculo com o médico e, consequentemente, a condução do caso, prejudicando o tratamento1.

Quanto mais transparente for o vínculo entre médico e paciente, maiores são as facilidades no processo de tratamento e, quando possível, a cura. Quando o vínculo é frio e superficial, é possível que o paciente não siga o tratamento e nem realize exames necessários, podendo até mesmo optar pela automedicação2.

Com tantas tecnologias e informações disponíveis, é comum que o paciente recorra à internet para entender melhor sobre seu estado de saúde. Porém, nada disso substitui o contato e acompanhamento médico1.

As interações entre médico e paciente não envolvem apenas a satisfação durante a visita, mas também a adesão ao tratamento. A familiaridade, a confiança e a colaboração do paciente são essenciais para que os processos diagnósticos e terapêuticos sejam eficientes3.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adesão ao tratamento compreende um conjunto de ações que podem incluir4:

  • Tomar medicamentos;

  • Obter imunização;

  • Comparecer ao agendamento de consultas;

  • Adotar hábitos de vida saudáveis.

Alguns especialistas afirmam que a adesão ao tratamento é o fator mais importante para o controle efetivo de muitas doenças, principalmente as crônicas, como é o caso da artrite reumatoide. Uma das principais preocupações dos profissionais de Saúde é se os pacientes seguirão corretamente o tratamento proposto4.

Portanto, é importante estabelecer uma parceria com seu médico, seguir as orientações sobre os fatores de risco, complicações e tratamentos para a sua condição. Tudo isso possibilita que você desenvolva um maior engajamento no tratamento. Além disso, caso tenha alguma dúvida sobre seu caso e sobre a condução do tratamento, não hesite em perguntar ao médico. Sem ter conhecimento sobre suas dúvidas, ele não poderá lhe auxiliar1:

Você já tomou alguns remédios sem prescrição médica? Já pediu a opinião de algum conhecido que relatou algum sintoma ou condição parecido com o seu sobre qual medicamento tomar? Pois saiba que a prática da automedicação pode trazer consequências mais graves do que se imagina5.

O uso de medicamentos por contra própria ou por indicação de leigos é um hábito comum no Brasil. Outro problema comum é a autoprescrição: uso de produtos controlados por conta própria6. Por esses motivos, os medicamentos são a principal causa de intoxicação no país7.

A princípio, a automedicação para determinados sintomas pode oferecer alívio imediato, mas, o uso de medicamentos de forma incorreta, principalmente a longo prazo, pode levar ao agravamento de uma doença. O problema pode ser pior caso o uso de um produto anule ou potencialize o efeito de outro(s)5.

A automedicação também pode levar à dependência, intoxicação e/ou reações alérgicas. Em alguns casos, também gera problemas para o sistema digestivo e pode, até mesmo, mascarar problemas mais graves, dificultando o diagnóstico6.

A atenção deve ser redobrada caso trate-se de um antibiótico. Isso porque o uso abusivo desse tipo de medicamento pode facilitar o aumento da resistência de microrganismos, comprometendo a eficácia dos tratamentos5.

O Ministério da Saúde orienta que sempre procure um médico caso desconfie sobre algum problema de saúde. Assim, além de evitar a automedicação ou autoprescrição, você irá obter recomendação de um especialista sobre como tratar sua condição. Caso já faça uso de outros medicamentos, não esqueça de informar ao médico durante a consulta, dessa forma irá evitar que o novo tratamento interfira com algum antigo7.

Referências:

  1. Morsch JA. Comunicação médico-paciente: importância, benefícios e desafios. Morsch [Internet]. Acessado em: 31 ago 2020. Disponível em:

  2. Reis F. Humanização na saúde. Rio de Janeiro: Editora DOC; 2013.

  3. Costa FD, Azevedo RCS. Empatia, relação médico-paciente e formação em medicina: um olhar qualitativo. Revista Brasileira de Educação Médica. 2010;34(2):261-269.

  4. Lustosa MA, Alcaires J, Costa JC. Adesão do paciente ao tratamento no Hospital Geral. Rev. SBPH. 2011;14(2):27-49.

  5. Os perigos da automedicação. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia [Internet]. Acessado em: 31 ago 2020. Disponível em:

  6. Ramos A. Riscos e consequências da automedicação. Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina [Internet]. Acessado: 31 ago 2020. Disponível em:

  7. Saiba quais são os perigos da automedicação. Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor [Internet]. Acessado em: 31 ago 2020. Disponível em:

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