A leucemia caracteriza-se como uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) e, dependendo do tipo, pode ser mais comum em crianças ou em adultos. Os glóbulos brancos normalmente crescem e se dividem de maneira ordenada, de acordo com a necessidade do corpo humano. Contudo, em pessoas que desenvolvem a leucemia, a medula óssea acaba produzindo glóbulos brancos que não funcionam de maneira adequada.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que, em 2018, mais de dez mil novos casos de leucemia surgirão, sendo 5.940 em homens e 4.860 em mulheres.

Fique atento aos sintomas!

Os sintomas da doença podem variar, de acordo com o tipo de leucemia, mas existem alguns sinais comuns que os pacientes apresentam. São eles:

  • Febre ou calafrios;

  • Fadiga e fraqueza persistentes;

  • Infecções frequentes ou graves;

  • Perda de peso sem motivo aparente;

  • Nódulos linfáticos inchados;

  • Desconforto abdominal, provocado pelo inchaço do fígado ou do baço;

  • Hemorragias ou hematomas recorrentes;

  • Pequenas manchas vermelhas na pele;

  • Suor excessivo, principalmente à noite;

  • Dores nos ossos e nas articulações.

O que causa a leucemia?

As causas exatas da leucemia não são definidas. Contudo, especialistas suspeitam da relação entre determinados fatores com o risco de desenvolvimento de alguns tipos específicos da doença. Dentre as principais causas que aumentam o risco de desenvolvimento da leucemia estão:

  • Radiação e/ou quimioterapia: pacientes que já realizaram tratamento de câncer em algum momento da vida podem apresentar um risco aumentado para desenvolver certos tipos de leucemia, devido à quimioterapia e as terapias de radiação;

  • Distúrbios genéticos: anormalidades genéticas também podem ser responsáveis pelo desenvolvimento de leucemia, como a síndrome de Down;

  • Exposições a alguns produtos químicos: o benzeno, encontrado na fumaça do cigarro, na gasolina e usado pela indústria química, pode aumentar as chances de desenvolver leucemia;

  • Tabagismo: cigarros também aumentam seu risco de desenvolver algum tipo da doença;

  • Histórico familiar: se algum familiar foi diagnosticado com leucemia, é possível que o risco de desenvolver a doença seja maior.

Classificações e subtipos de leucemia

A leucemia é classificada de acordo com a velocidade de progressão da doença e o tipo de células envolvidas. Na leucemia aguda, as células sanguíneas alteradas não conseguem realizar suas funções, multiplicando-se rapidamente. Então, a doença pode piorar depressa e, por esse motivo, a leucemia aguda requer tratamento rápido e agressivo.

Já a leucemia crônica é dividida em muitos tipos. Alguns produzem muitas células e outros produzem poucas células. A leucemia crônica envolve células sanguíneas mais maduras, que se replicam ou acumulam-se de maneira mais lenta, podendo funcionar normalmente por certo período. É comum que alguns tipos de leucemias crônicas não apresentem sintomas iniciais e, por isso, podem passar despercebidas, ou não diagnosticados, por anos.

Os tipos de leucemia também podem ser agrupados com base nos tipos de glóbulos brancos que afetam, podendo ser linfoides ou mieloides. Combinados, esses dois tipos de classificação geram quatro tipos mais comuns de leucemia:

  • Leucemia linfoide crônica: afeta células linfoides e se desenvolve vagarosamente. A maioria das pessoas diagnosticadas com esse tipo da doença tem mais de 55 anos. Raramente afeta crianças.

  • Leucemia mieloide crônica: afeta células mieloides e se desenvolve vagarosamente, a princípio. Acomete principalmente adultos. A idade média dos pacientes diagnosticados é de aproximadamente 60 anos.

  • Leucemia linfoide aguda: afeta células linfoides e agrava-se rapidamente. É o tipo mais comum em crianças pequenas, mas também ocorre em adultos.

  • Leucemia mieloide aguda: afeta as células mieloides e avança rapidamente. Ocorre tanto em adultos como em crianças, sendo mais comum em pacientes idosos.

Diagnóstico

Os sintomas da leucemia costumam ser vagos e não específicos, podendo, muitas vezes, ser confundidos com os da gripe ou de outras doenças comuns. Por isso, se você apresenta algum sinal suspeito, o ideal é procurar o seu médico.

A leucemia crônica pode ser identificada em um exame de sangue de rotina, antes mesmo do aparecimento dos sintomas. Caso haja alguma suspeita, relacionada ou não a sintomas, você pode ser submetido aos seguintes exames de diagnóstico:

  • Exame físico: sinais físicos que indiquem leucemia serão procurados por seu médico, como pele pálida devido à anemia, inchaço dos linfonodos e aumento do fígado e do baço;

  • Exames de sangue: por meio de uma amostra de sangue, o médico pode determinar se você possui níveis anormais de células vermelhas e brancas ou plaquetas;

  • Teste de medula óssea: uma amostra de sua medula óssea é enviada para um laboratório, com o objetivo de procurar células alteradas.

Opções de tratamento

O tratamento da leucemia tem como foco a destruição das células comprometidas, para que a medula óssea possa produzir células normais novamente. Parte do planejamento de tratamento envolve decidir quando o processo terá início.

No caso da leucemia linfoide crônica, por exemplo, nem todos os pacientes precisam iniciar o tratamento imediatamente, pois este tem base nos sintomas da doença, nos resultados dos testes e na fase do câncer em que o paciente se encontra.

Sendo assim, o tratamento da leucemia é um processo que depende de vários fatores. Seu médico irá determinar as melhores opções de tratamento com base em sua idade e saúde geral, do tipo de leucemia que você possui e se a doença está em outras partes do corpo. Os métodos mais comuns utilizados são:

  • Quimioterapia: principal forma de tratamento da doença, utiliza substâncias químicas que perturbam o ciclo de vida das células cancerígenas. Alguns tipos de quimioterapia matam as células cancerígenas, danificando seu DNA ou interrompendo a produção de DNA. Já outros tipos agem interferindo nas partes celulares que são necessárias para criar células.

  • Terapia biológica: utiliza tratamentos que ajudam o sistema imunológico a reconhecer e a atacar as células comprometidas;

  • Terapia direcionada: neste caso, drogas atacam vulnerabilidades específicas dentro das células cancerígenas;

  • Terapia de radiação: raios-X ou outros feixes de alta energia são utilizados para danificar as células cancerígenas e impedir seu crescimento;

  • Transplante de células-tronco: é utilizado para substituir a medula óssea doente por uma medula óssea saudável.

Tenha em mente...

Cada opção de tratamento apresenta benefícios e riscos. Você deve levá-los em consideração ao decidir qual opção é melhor para você, junto com o seu médico. Para isso, você também pode procurar ajuda conversando com pessoas próximas a você, como cônjuges, membros da família ou amigos. Essas pessoas podem te ajudar a coletar informações e compartilhar decisões com seus médicos.

Em caso de dúvidas, você pode consultar diferentes especialistas que irão lhe indicar e explicar as melhores opções para o tratamento da sua doença. Nestas ocasiões, prepare algumas perguntas antes de entrar em contato com esses profissionais, com o objetivo de esclarecer suas dúvidas a respeito da doença, diagnóstico e tratamento. Você também pode contar com a ajuda de pessoas próximas nessas consultas, pois elas irão te ajudar a formular as questões e lembrar do que foi dito.

Referências: