Informações moleculares: Tornando os dados significativos

O setor da saúde vem enfrentando o desafio do Big Data

Os principais congressos médicos globais, como o European Cancer Congress (ECC) e o Encontro Anual da American Society of Clinical Oncology (ASCO) oferecem à comunidade médica a oportunidade de apresentar e discutir os avanços mais recentes em testes e tratamentos oncológicos. A maior parte dos dados apresentados provém de pacientes que participam de estudos clínicos. O que falta, no entanto, é como conectar esses dados a todas as demais informações de saúde disponíveis atualmente, para dar aos médicos e pesquisadores uma visão abrangente da doença do paciente. Está ocorrendo, na área da saúde, uma revolução silenciosa, despercebida por muitos, e que poderá causar uma mudança de paradigma no tratamento do câncer.

Atualmente, assistimos a uma explosão de informações sobre saúde, fornecidas por modernas tecnologias, e que gera um volume de novos dados e percepções sobre câncer. Para ilustrar esse aspecto, vamos considerar o sequenciamento genômico: em 2003, o sequenciamento do genoma humano levava mais de dois anos e custava três bilhões de francos suíços. Agora, pouco mais de uma década depois, ele pode ser feito em algumas horas, por alguns poucos milhares de francos.

A mais ampla disponibilidade do sequenciamento permitirá reunir mais dados sobre a genômica dos indivíduos. Combinados a outras informações obtidas de prontuários médicos eletrônicos e outras formas de testes de diagnóstico, esses dados trarão conhecimentos valiosos sobre os indivíduos, que precisarão ser armazenados, transferidos e analisados.

Estamos entrando na era do Big Data

  • O câncer já não é mais visto como uma só doença, mas como um conjunto de centenas de doenças com diferentes características e perfis genéticos.

  • O número de mutações determinantes de doença que podem ser detectadas e potencialmente tratadas aumentou muito, p. ex., no câncer de pulmão de não pequenas células, passou de duas em 2004 para mais de 10 atualmente; e esse número deverá crescer ainda mais (ver a figura abaixo).

  • Hoje, grandes bases de dados, hospitais e recursos para monitoramento de pacientes geram enormes quantidades de dados sobre milhares de pacientes.

  • Os dados globais logo alcançarão a escala de zettabytes (o que equivale a 36 milhões de anos de vídeo em HD).

  • 80% dos dados médicos não estão estruturados, mas são clinicamente relevantes, ou seja, podemos ganhar imensamente se examinarmos esses dados em conjunto.

O número de fontes de dados atualmente disponíveis é enorme – do sequenciamento do genoma humano ao resultado do uso de sofisticadas ferramentas de diagnóstico, das bases de dados de pacientes e tratamentos dos estudos clínicos e registros ao número cada vez maior de aplicativos de saúde para smartphones usados em todo o mundo. Essas fontes estão se tornando tão vastas e complexas que já precisamos de ferramentas e tecnologias de TI inovadores para captar, gerenciar e analisar esses dados. Além disso, há muitas perguntas em aberto quanto à padronização e à compatibilidade de dados de diferentes fontes, bem como muitas preocupações associadas à privacidade dos dados. Portanto, um grande desafio para o setor da saúde é como trabalhar da melhor forma com esses dados para obter novos conhecimentos, identificando correlações e tendência que possam levar a melhores resultados dos pacientes.

As informações moleculares têm tudo para revolucionar nossa perspectiva sobre câncer

Dados sobre genes, proteínas e outros fatores são chamados, coletivamente, informações moleculares e as variações e interações entre esses dados podem nos esclarecer sobre os indivíduos, suas doenças e quais tratamentos mais os beneficiariam.

Novas possibilidades tecnológicas para coleta e análise de informações moleculares poderão ampliar as opções disponíveis para diagnóstico e tratamento das doenças, indo além dos tradicionais testes de diagnóstico complementares ao tratamento. Por exemplo, os oncologistas poderão ser capazes de caracterizar o perfil genético completo da doença do paciente usando uma quantidade mínima de tecido tumoral (obtido por biópsia), o qual pode ser difícil obter em quantidade suficiente para testes extensivos. Novas tecnologias também poderão permitir aos médicos monitorizar como o câncer do paciente muda com o tempo. O médico poderia, assim, selecionar o melhor plano de tratamento para um paciente específico, o que representa a medicina personalizada na sua essência.

Além disso, dados anonimizados de pacientes poderão ser agrupados e usados para identificar novos alvos potenciais para terapias, permitindo aos pesquisadores concentrar seus esforços no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas em áreas de maior necessidade.

A Roche é pioneira em fazer o melhor uso das informações moleculares

Como pioneira em medicina personalizada, a Roche reconhece as informações moleculares com a evolução lógica nessa área e já vem tomando medidas para maximizar os benefícios potenciais dessa abordagem. Por exemplo, em 2014–2015, adquirimos ou formamos parcerias com diversas empresas que têm novas estratégias para lidar com informações de saúde. Agora, estamos trabalhando de forma integrada essas empresas, tais como a Foundation Medicine (especializada em testes de perfil genômico) e a Bina (uma empresa de bioinformática), para podermos beneficiar milhões de pacientes em todo o mundo.

Com experiência comprovada em produtos farmacêuticos e de diagnóstico e sólidas relações com parceiros importantes do setor, a Roche está muito bem posicionada para dominar a complexidade dessa nova fronteira da saúde, na qual os dados são essenciais. Continuaremos adotando tecnologias revolucionárias não apenas para impulsionar a revolução dos dados, mas, em última análise, para elevar a medicina personalizada em oncologia a um novo patamar, promovendo uma mudança significativa na evolução dos pacientes.

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