Quando falamos sobre medicação, é essencial pensarmos na segurança do paciente.
A segurança do paciente é garantida por meio de inúmeros mecanismos, sendo um deles a conscientização sobre os riscos da automedicação e do aconselhamento profissional ao longo de sua jornada de tratamento.
Os danos ao paciente durante a prestação de cuidados de saúde representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade em escala global. A segurança no processo de medicação emerge como uma prioridade internacional. De acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), danos ao paciente referem-se a incidentes que resultam em comprometimento da estrutura ou função corporal, ou efeitos deletérios associados à prestação de cuidados de saúde, sejam eles físicos, sociais ou psicológicos. Entre esses danos, os erros de medicação destacam-se como uma das principais causas, englobando eventos preveníveis que podem levar ao uso inadequado de medicamentos. Globalmente, os custos associados aos erros de medicação atingem cerca de U$ 42 bilhões anualmente.
Nesse cenário, a OMS lançou em 2017 o "Desafio Global da Segurança do Paciente: Medicação sem danos", com o objetivo de reduzir danos sérios e evitáveis relacionados ao uso de medicamentos ao longo de cinco anos. Essa iniciativa visa corrigir as fragilidades presentes nos sistemas de saúde, focalizando nos seguintes domínios: pacientes, profissionais de saúde, medicamentos, sistemas e práticas de medicação.
Para envolver diversas partes interessadas, como profissionais de saúde, gestores de saúde, hospitais e clínicas, indústrias farmacêuticas, pacientes e familiares, a OMS integra esse desafio ao Plano de Ação Global de Segurança do Paciente 2021-2030. Dessa forma, ele se torna um dos objetivos estratégicos desse plano, contribuindo para a implementação das ações propostas.
Fontes: Medication without harm: policy brief. Geneva: World Health Organization; 2023.
Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.
Global burden of preventable medication-related harm in health care: a systematic review.
Geneva: World Health Organization; 2023. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.
Mais do que produtos, os medicamentos são aliados essenciais para a saúde e, por isso, sua jornada até as prateleiras das farmácias é cuidadosamente regulamentada. A Resolução RDC n° 768/2022, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), guia essa trajetória, garantindo que cada caixinha conte a história completa do medicamento que carrega.
Por trás de cada cor nas embalagens de medicamentos, há toda uma história de segurança, eficácia e cuidado com a saúde dos pacientes. E essa história é escrita por meio de cores que representam regulamentações cuidadosas e atenção aos detalhes. Confira o significado de cada tarja de identificação de acordo com a Anvisa:
Fonte: Ministério da Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/entenda-o-significado-das-tarjas-coloridas-nas-embalagens-dos-remedios/
O armazenamento de medicamentos deve ser feito de maneira a garantir que eles permaneçam seguros e efetivos até a data de validade, pois a exposição ao calor ou umidade pode alterar as estruturas físico-químicas deles. Além de ser o responsável pela conservação dos medicamentos nas farmácias, o farmacêutico também desempenha uma função importante ao orientar o consumidor sobre a melhor maneira de fazer isso em casa.
A maioria dos medicamentos podem ser guardados nas seguintes condições:
Local fresco e seco;
Sem contato com luz direta;
Dentro das embalagens originais;
Fora do alcance de crianças e animais.
Em casa, é muito importante armazená-los fora do alcance de crianças e evitar alguns cômodos, como banheiro e cozinha, por conta da umidade e alteração de temperaturas.
Nunca tome medicamentos que mudaram de cor, textura ou cheiro. Em caso de viagem, é importante também, levar a receita médica, principalmente se você for para o exterior, pois é possível que ela seja solicitada pelas autoridades alfandegárias.
Integridade Terapêutica: A exposição inadequada a condições ambientais adversas pode comprometer a estabilidade dos medicamentos, podendo resultar na diminuição ou perda de sua eficácia terapêutica.
Segurança Farmacológica: Um armazenamento inapropriado pode propiciar a contaminação dos medicamentos, introduzindo riscos à saúde do paciente através da ingestão de substâncias potencialmente nocivas ou de formulações alteradas.
Conservação das Informações: As embalagens dos medicamentos contêm informações específicas sobre o armazenamento ideal. Seguir tais orientações é crucial para preservar as características e propriedades do medicamento conforme preconizado pelo fabricante.
O farmacêutico também pode orientar sobre a melhor maneira de fazer o transporte de medicamento, por exemplo, entre a casa e o trabalho ou mesmo em uma viagem.
Para o transporte a melhor opção é mantê-lo dentro da embalagem original ou em bolsa térmica, se a refrigeração for necessária, e não deixá-lo em locais muito quentes, como dentro do carro. Nunca tome medicamentos que mudem de cor, textura ou cheiro. Em caso de viagem, é importante também, levar a receita médica, principalmente se você for para o exterior, pois é possível que ela seja solicitada pelas autoridades alfandegárias.
O período e as dosagens de medicamentos prescritos pelo médico devem ser seguidos rigorosamente. Por isso, se o problema de saúde já foi tratado, o que sobrar de medicamento deve ser descartado. Além disso, os medicamentos vencidos também devem ser jogados fora. A atuação do farmacêutico é fundamental para que o descarte de medicamentos seja feito de forma adequada para não prejudicar o meio ambiente e a saúde das pessoas.
Nunca faça o descarte de medicamentos diretamente no lixo comum ou no vaso sanitário. Isso porque as substâncias dos medicamentos podem contaminar o solo, os lençóis freáticos, lagos, rios e represas, e atingir a flora, a fauna e as pessoas.
Existem locais específicos que recebem os medicamentos e os descartam de maneira apropriada. A Roche, em parceria com a eCycle, oferece uma ferramenta de busca] que localiza o posto de coleta mais próximo à quem possa interessar. Assim como muitas farmácias, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e supermercados também fazem a coleta adequada desses medicamentos, frascos e materiais cortantes e pontiagudos.